Serão retomadas neste sábado (13) as operações de resgate dos corpos das quatro vítimas do acidente com o helicóptero de prefixo PR-HDB, que estava desaparecido desde o dia 31 de dezembro e foi encontrado ontem em uma área de mata em Paraibuna, no interior de São Paulo.
O trabalho de retirada dos corpos foi interrompido no início da tarde de sexta-feira (12) em razão do mau tempo. A área onde o helicóptero foi encontrado é de difícil acesso. Pela manhã, agentes do Comando de Aviação da Polícia Militar tiveram de fazer rapel para chegar até lá.
Durante a tarde de sexta, o Corpo de Bombeiros enviou nove homens para o local do acidente para auxiliar no acesso das equipes de resgate.
Neste momento o Corpo de Bombeiros realiza trabalhos para facilitar o acesso ao helicóptero. #193Spic.twitter.com/sfIxrRWcD7
Em entrevista à CNN na sexta, o coronel Ronaldo Barreto de Oliveira, chefe do Comando de Aviação da PM, afirmou que as equipes de resgate estão trabalhando para retirar “o mais rápido possível” os corpos das vítimas.
“Estamos trabalhando agora para conseguir acesso terrestre a essas pessoas. Se não conseguir, vai ter que ser acesso aéreo, para que a gente consiga fazer as medidas administrativas necessárias e, o mais rápido possível, liberar os corpos para os familiares.”
Mesmo com o empenho das autoridades, a operação de retirada dos cadáveres deve ser lenta. Além da dificuldade de acesso, o fato de os corpos já estarem em estágio avançado de decomposição também prejudica os trabalhos.
O delegado Paulo Sérgio Rios Campos Melo, diretor do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), da Polícia Civil de São Paulo, afirmou que os corpos das quatro vítimas foram encontrados ao lado do helicóptero.
“Os corpos estavam ao lado, porque a aeronave destroça quando bate nas árvores”, explica.
Campos Melo destacou que ainda não é possível saber se as vítimas morreram no momento da queda ou depois. Isso só será esclarecido após a conclusão das perícias e dos exames necroscópicos.
Aeronave caiu pouco depois de pouso de emergência
Segundo Campos Melo, o PR-HDB caiu poucos minutos após o pouso de emergência que havia feito em Paraibuna. O delegado afirma que a distância entre a área do pouso e o local onde a aeronave foi encontrada é de aproximadamente 10 quilômetros. Ele afirmou, entretanto, que ainda não é possível definir com exatidão quanto tempo se passou entre o pouso e a queda.
“Ele saiu (do local onde a aeronave havia pousado), voou um pouco, ficou tentando escapar das nuvens para retornar a São Paulo e não conseguiu, infelizmente”, diz Campos Melo.
De acordo com o coronel Barreto, da PM, ainda não é possível esclarecer o que provocou a queda. Ele cita que, provavelmente, as condições climáticas adversas contribuíram para o acidente.
“Ele (o piloto) pode entrar no mau tempo, perder visibilidade e a consciência situacional e desorientar. É comum para quem entra inadvertidamente na área de nuvem”, explica.
Quem eram as vítimas
Raphael Torres de Oliveira
Raphael tinha 41 anos e era proprietário da empresa Comexpharma Assessoria, Comércio, Representação, Importação e Exportação de Medicamentos.
O empresário era amigo do piloto do helicóptero e convidou as outras duas passageiras para o voo que iria para Ilhabela.
Luciana Rodzewics
Luciana tinha 46 anos e era empresária e vendedora. Ela era amiga de Raphael havia cerca de 20 anos e foi convidada por ele para voar rumo ao litoral norte na véspera do Réveillon.
Ela tinha uma loja de roupas femininas chamada Mund Girls.
No dia 31 de dezembro, pouco depois da decolagem, ela postou um vídeo no Instagram da loja mostrando o momento em que o helicóptero com as quatro pessoas a bordo sobrevoava a capital paulista.
No vídeo, ela exibe um copo com a mensagem: “vem aí 365 oportunidades”, em alusão ao Ano-Novo.
Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto
Filha de Luciana, Letícia tinha 20 anos e era dona de um salão de manicure na zona norte de São Paulo. Antes, ela teve uma loja de peças e acessórios para celular.
Letícia era namorada do militar Henrique Thiofilo Stellato, que é da Força Aérea Brasileira. Ele chegou a organizar uma vaquinha para arrecadar fundos para contratar equipes particulares para ajudar nas buscas pelo helicóptero.
Cassiano Tete Teodoro
Era o piloto da aeronave. Tinha 44 anos e teve a licença e as habilitações cassadas em setembro de 2021 pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por “condutas infracionais graves à segurança da aviação civil”. A Anac diz que ele chegou a recorrer, mas a decisão foi mantida.
“Cassiano Tete Teodoro foi cassado em decorrência, entre outros motivos, de evasão de fiscalização, fraudes em planos de voos e práticas envolvendo transporte aéreo clandestino”, acrescenta a Anac.
Ainda de acordo com a agência, “em outubro de 2023, após observar prazo máximo legal para a penalidade administrativa de cassação, que é dois anos, o piloto retornou ao sistema de aviação civil ao obter nova licença com habilitação para Piloto Privado de Helicóptero (PPH)”. “Essa licença não dá autorização para realização de voos comerciais de passageiros”, finaliza a Anac.
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