Mauricio Pochettino tinha fama de dar boas entrevistas coletivas quando trabalhava na Inglaterra – mas tudo mudou durante sua passagem pelo Paris Saint-Germain.
O argentino deve se tornar o novo técnico do Chelsea neste verão e, além de ter que reformular o time cansado e inchado dos Blues, ele pode ter algum trabalho a fazer para reparar sua própria reputação. A passagem de Pochettino como técnico do PSG, onde jogou como zagueiro, foi duramente criticada por espectadores que acreditavam que ele não conseguiria lidar com os egos e a pressão da capital francesa.
Agora, um jornalista explicou a QuatroQuatroDois como o ex-técnico do Tottenham Hotspur e Southampton foi uma presença completamente diferente em suas coletivas de imprensa enquanto estava no Parc Des Princes – e como seu estilo de comunicação foi influenciado pelo antecessor Thomas Tuchel.
“Quando ele chegou ao PSG, escrevi uma história explicando como ele foi elogiado por seu trabalho na Inglaterra e como ele foi tão bom nas coletivas de imprensa”, explica o redator do L’Equipe, Pierre-Etienne Minonzio.
“Logo, os jornalistas que cobriam o PSG me disseram: ‘Cara, você deve ter mentido naquele artigo, ele é péssimo nas coletivas aqui!’ No PSG, eles sempre foram a coisa mais horrível que você pode imaginar. Ele só falava um pouco de francês, então era em espanhol com tradução, e ele era extremamente cauteloso – ele nunca disse nada sobre nada.
“No Spurs, ele era o único a falar, porque Daniel Levy quase nunca dava entrevistas e não havia um diretor esportivo que falasse. No PSG, o diretor esportivo Leonardo tinha uma linha direta com a mídia e o presidente Nasser Al-Khelaifi também às vezes dá entrevistas”.
Pochettino acabou sendo dispensado de suas funções no Les Parisiens, apesar de ter conquistado um título durante sua gestão. Minonzio acredita, no entanto, que a mudança de estilo do argentino durante a gestão do clube foi uma influência direta do que falhou para os treinadores anteriores no passado – e que seu comportamento cauteloso foi uma tentativa de apaziguar seus chefes.
“Pochettino estava em uma situação em que não era o mestre da comunicação e, antes dele, houve Tuchel, que mais ou menos saiu porque era muito ofensivo em suas comunicações, e Leonardo não gostou disso. Pochettino pensou: ‘Não quero cometer o mesmo erro que Tuchel, vou ser muito cauteloso’, mas foi cauteloso demais.
“Quando um cara sempre dá respostas curtas, cria-se uma sensação de que ele não está feliz por estar ali, que não está à vontade.”