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Com o tema Ideias para Reencantar o Mundo: Escrevivências, Sonhos e Batidões, que celebra o legado político e cultural do Caribe e as influências na diáspora africana, principalmente no Brasil, começa, nesta quarta-feira (19), a 15º edição da Festa Literária das Periferias (Flup), no Rio de Janeiroebc Festa Literária das Periferias celebra pensadores negros no Rioebc Festa Literária das Periferias celebra pensadores negros no Rio

A Flup ocorre entre os dias 19 e 23 e de 27 a 30 de novembro, no Viaduto de Madureira, na zona norte da cidade. O evento busca, também, promover encontros entre personalidades da literatura e a sociedade em áreas periféricas da capital.

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A escritora Conceição Evaristo, idealizadora do conceito de “Escrevivência”, que transforma experiências individuais em narrativas coletivas da comunidade afro-brasileira, será a homenageada da edição. Esta é a primeira vez que a Flup presta homenagens a um escritor em vida.

A Flup apresenta também uma exposição sobre a vida, a obra e o legado do militante e intelectual anticolonial e antirracista, Frantz Fanon. O psiquiatra e filósofo político afro-caribenho que, em suas obras, criticava os sistemas racistas, a burguesia europeia e a dominação do pensamento colonial.

Na mesa O Sonho de Nossos Heróis, que Precisamos Manter Vivo, Conceição Evaristo e Mireille Fanon, filha do filósofo, debatem sobre a trajetória das lutas sociais no Brasil e no Caribe e os líderes desses movimentos.


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_mg_5668_0 Festa Literária das Periferias celebra pensadores negros no Rio
Rio de Janeiro (RJ), 20/07/2023 – A escritora Conceição Evaristo idealizadora do conceito de “Escrevivência”, que transforma experiências individuais em narrativas coletivas da comunidade afro-brasileira, será a homenageada da edição. Esta é a primeira vez que a Flup presta homenagens a um escritor em vida. Foto-arquivo: Fernando Frazão/Agência Brasil/Arquivo – Fernando Frazão/Agência Brasil/Arquivo

A intervenção Códigos Negros se inspira no livro Os Condenados da Terra, de Fanon, para a criação de obras digitais, exibidas em telões de LED durante a festa. A exposição é uma parceria da organização Olabi com os artistas Guilherme Bretas, Ilka Cyana, Poliana Feulo e Walter Mauro, que utilizam recursos de inteligência artificial e outras tecnologias de geração de vídeo e imagem.

“O pensamento de Fanon está tão atualizado e urgente, inclusive para fazer uma discussão sobre tecnologia”, diz a curadora da intervenção e co-diretora executiva do Olabi, Silvana Bahia.

Ela ressalta que a ideia de descolonizar, de ter uma pessoa colonizada e os impactos que essa estrutura racista, misógina tem na vida das pessoas são alguns dos aspectos atuais das obras de Fanon discutidas na intervenção, usando ferramentas digitais.

Valor social  

Com 12 anos de história no Rio de Janeiro, a Flup já passou pelo Morro dos Prazeres, Vigário Geral, Mangueira, Babilônia, Vidigal, Cidade de Deus, Maré, Biblioteca Parque, Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, e Morro da Providência, promovendo integração social através de experiências culturais.

O trabalho trouxe reconhecimento em vários setores, como prêmios do jornal O Globo em 2012, o Awards Excellence, da London Book Fair, Instituto Pró-Livro em 2016, e o prêmio Jabuti na categoria Fomento à Leitura em 2020. No ano de 2023, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro declarou a Flup patrimônio imaterial.

Além dos eventos públicos, a organização também promove processos formativos para escritores e já lançou mais de 30 livros no mercado.

*Estagiária sob a supervisão da jornalista Mariana Tokarnia